Na 1ª República tínhamos dois partidos em alternância uma República que tentava, empurrada por ventos Franceses, combater uma sociedade desigual e uma economia em ruínas.
Durante 30 anos fomos assistindo a uma dança de cadeiras, tivemos um Presidente-Rei e passámos por uma guerra, nada resolvendo os problemas que já vinham da Monarquia.
Os militares tomaram o poder e nomearam um ministro das finanças ao qual iríamos ficar ligados por cerca de 40 anos, que embora resolvesse o problema da dívida externa, não resolveu o fundamental, uma sociedade com igualdade de oportunidades e na qual o bem estar pudesse ser comum.
Em 1974 assistimos a mais uma revolta militar que finalmente trouxe a democracia a Portugal e embora se tenha verificado uma melhoria significativa das condições de vida, a mesma deveu-se apenas à custa de dinheiro emprestado, muito do qual aproveitado para destruir o nosso aparelho produtivo.
Quer isto dizer que apesar de coisas muito positivas, das quais destaco a liberdade de expressão, não melhoramos muito a nível económico e estamos neste momento a voltar atrás, a perder o pouco que já tínhamos alcançado até aqui.
Isto não se deve ao facto de termos gasto acima das nossas possibilidades, que aliás é uma ideia errada, mas ao facto de termos participado aquém das nossas possibilidades.
A democracia não se esgota na questão politica, de podermos votar e criticar com total liberdade, é muito mais que isto, pressupõe igualmente que devemos caminhar para o objectivo de que todos tenham igualdade de oportunidades e que todos possam viver com o mínimo de dignidade, basicamente que seja aplicado um princípio de justiça social.
O principal objectivo do Estado deve ser o de criar oportunidades para todos, para que todos partam da mesma linha no seu trajecto social, independentemente da sua origem, estrato social ou dinheiro que tenha na carteira, contando apenas o trabalho e o intelecto.
Para criar estas condições não é necessário dinheiro, basta vontade.
Inverter a tendência existente depende única e exclusivamente de nós, os eleitores, pois somos nós que elegemos os representantes, sejam eles quais forem.
A aposta poderá passar por situações diversas, embora a que mais me agrade seja a de movimentos independentes, mas o fundamental deve ser sempre a nossa participação activa na vida política.
Não temos de começar logo na Assembleia da República, podendo começar por baixo, pelas Autarquias Locais, seja na Câmara Municipal ou na Junta de Freguesia, tendo a vantagem de que assim melhor conheceremos as situações de vida da população.
Somos um povo capaz, mas temos tido representantes incapazes, pelo que se torna urgente renovar toda a estrutura e isso só acontecerá se todos nos envolvermos de forma a que a nossa voz chegue onde deve chegar.
"O preço a pagar pela tua não participação na política é seres governado por quem é inferior" - Platão
Resgatar Portugal
quarta-feira, 13 de março de 2013
segunda-feira, 11 de março de 2013
É urgente a criação de um novo partido destinado a Resgatar Portugal
A terceira república portuguesa tem-se
caracterizado por uma alternância de governos dominados pelos
principais partidos de centro-esquerda e de centro-direita.
À excepção do Partido Comunista
Português (PCP), fundado em 1921, e do Bloco de Esquerda (BE),
fundado em 1998, as principais forças políticas, aquelas que
tradicionalmente capitalizam um maior número de votos, foram
fundadas entre 1973 e 1974.
Esta supremacia eleitoral dos partidos
formados pouco antes e imediatamente após o golpe de Estado militar
de 25 de Abril de 1974 só foi quebrada pelo Partido Renovador
Democrático (PRD), o qual viria a registar em 1985, precisamente no
ano em que foi fundado, o terceiro maior resultado, capitalizando os
votos dos descontentes com a política de austeridade posta em
prática pelo, então, governo de coligação PS-PSD (1983-1985)
liderado por Mário Soares (o denominado Bloco Central).
Tal como nessa altura, vive-se
actualmente um período de enorme descontrolo económico por parte do
estado, da banca, das empresas privadas e das famílias. Por força
do memorando de entendimento com os credores da Troika, o bloco
central está comprometido com políticas de austeridade de efeitos
devastadores, agravadas pelo fanatismo ideológico do actual governo,
que não olha a meios, nem a custos nem a consequências enquanto não
substitui o estado social por um estado assistencialista, inútil,
caro, autoritário e repressivo. Tal como nessa altura, a contestação
a estas políticas sobe de tom de dia para dia, ameaçando ficar fora
de controlo. Tal como nessa altura, o sectarismo ideológico dos
partidos de esquerda não tem permitido entendimentos à esquerda que
actuem em defesa das classes mais penalizadas pela crise e pela
austeridade. Tal como nessa altura, a população não se identifica
com as estratégias governativas dos partidos do bloco central e
reclama urgentemente por alternativas políticas que ataquem, com
pragmatismo, o problema do desemprego, dos baixos salários, dos
salários em atraso, dos impostos excessivos e da falta de
oportunidades.
Há, pois, razões objectivas para a
criação de um ou mais partidos políticos que apresentem
alternativas exequíveis às actuais politicas maquiavélicas de
austeridade, perpetradas por uma elite económica e financeira
internacional, cuja política gananciosa e expansionista está na
origem da actual crise económica que ameaça a paz mundial. Há,
pois, razões objectivas para a criação de um ou mais partidos
políticos cujo objectivo principal seja o resgate das empresas e das
famílias vítimas da actual conjuntura económica internacional. Há,
pois, razões objectivas para a criação de um ou mais partidos
políticos que denunciem o pagamento da dívida que não tiver sido
contraída em proveito da população. Há, pois, razões objectivas
para a criação de um ou mais partidos políticos que se oponham
frontalmente às ingerências e políticas injustas e abusivas da
União Europeia e que estejam, se necessário, dispostos a romper com
o Euro e com a União Europeia, caso os políticos Europeus não se
mostrem capazes de combater os egoísmos nacionalistas e de promover
a igualdade em todo o território Europeu.
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