quarta-feira, 13 de março de 2013

Só depende de nós

Na 1ª República tínhamos dois partidos em alternância  uma República que tentava, empurrada por ventos Franceses, combater uma sociedade desigual e uma economia em ruínas.
Durante 30 anos fomos assistindo a uma dança de cadeiras, tivemos um Presidente-Rei e passámos por uma guerra, nada resolvendo os problemas que já vinham da Monarquia.

Os militares tomaram o poder e nomearam um ministro das finanças ao qual iríamos ficar ligados por cerca de 40 anos, que embora resolvesse o problema da dívida externa, não resolveu o fundamental, uma sociedade com igualdade de oportunidades e na qual o bem estar pudesse ser comum.

Em 1974 assistimos a mais uma revolta militar que finalmente trouxe a democracia a Portugal e embora se tenha verificado uma melhoria significativa das condições de vida, a mesma deveu-se apenas à custa de dinheiro emprestado, muito do qual aproveitado para destruir o nosso aparelho produtivo.

Quer isto dizer que apesar de coisas muito positivas, das quais destaco a liberdade de expressão, não melhoramos muito a nível económico e estamos neste momento a voltar atrás, a perder o pouco que já tínhamos alcançado até aqui.

Isto não se deve ao facto de termos gasto acima das nossas possibilidades, que aliás é uma ideia errada, mas ao facto de termos participado aquém das nossas possibilidades.

A democracia não se esgota na questão politica, de podermos votar e criticar com total liberdade, é muito mais que isto, pressupõe igualmente que devemos caminhar para o objectivo de que todos tenham igualdade de oportunidades e que todos possam viver com o mínimo de dignidade, basicamente que seja aplicado um princípio de justiça social.

O principal objectivo do Estado deve ser o de criar oportunidades para todos, para que todos partam da mesma linha no seu trajecto social, independentemente da sua origem, estrato social ou dinheiro que tenha na carteira, contando apenas o trabalho e o intelecto.

Para criar estas condições não é necessário dinheiro, basta vontade.

Inverter a tendência existente depende única e exclusivamente de nós, os eleitores, pois somos nós que elegemos os representantes, sejam eles quais forem.
A aposta poderá passar por situações diversas, embora a que mais me agrade seja a de movimentos independentes, mas o fundamental deve ser sempre a nossa participação activa na vida política.

Não temos de começar logo na Assembleia da República, podendo começar por baixo, pelas Autarquias Locais, seja na Câmara Municipal ou na Junta de Freguesia, tendo a vantagem de que assim melhor conheceremos as situações de vida da população.

Somos um povo capaz, mas temos tido representantes incapazes, pelo que se torna urgente renovar toda a estrutura e isso só acontecerá se todos nos envolvermos de forma a que a nossa voz chegue onde deve chegar.

"O preço a pagar pela tua não participação na política é seres governado por quem é inferior" - Platão

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